Do Oiapoque ao Chuí: as festas juninas do Brasil todo!

Publicada em: 02/06/2021 16:24

Junho é um dos meses mais culinários da cultura Brasileira e tudo por conta de uma comemoração que não tem data específica, ela dura do dia 1 ao 30 e muitas vezes se expande até julho com outro nome. Sim, estamos falando da festa junina, que mistura dança, muita comida, bebida, jogos lúdicos e religião. Para muitos, é um dos melhores eventos do ano, até porque mistura muito bem comidas únicas com o frio!

Por essa importância, trouxemos um guia bem completo sobre a história da festa junina, variações Brasil afora e muitas receitas para você aproveitar! Confira:

Do Oiapoque ao Chuí: as festas juninas do Brasil todo!

Hoje cristão, mas nem sempre!

Atualmente a festa junina, amplamente comemorada no Brasil, mas principalmente no nordeste, está diretamente relacionada à igreja católica, tendo sua base na homenagem de três santos: Santo Antônio, São Pedro e São João, cujos dias de comemoração são todos em junho. Mas já voltaremos para falar dos três, já que historiadores dizem que a primeira referência de festa parecida com a da festa junina são as comemorações do solstício de verão na Europa, pagãs, e que conforme o catolicismo evoluiu e conquistou mais adeptos foram se adaptando e agregando as características portuguesas antes de chegar aqui.

No século VXI então ela chegou ao Brasil, já com o cunho cristão e no começo era chamada de Festa Joanina, em homenagem a São João, mas conforme a religião foi dando espaço para o simples fato de ser uma comemoração popular, aceitou-se nomeá-la com o mês no qual ocorre, junho.

Por fim, os principais ingredientes da parte culinária da festa são o milho e o amendoim. Conforme a festa junina ia ficando mais próxima dos produtores, ou seja, no interior, ela também foi se caracterizando com a cultura caipira, que hoje é o grande tema da festa.

Festa Junina

Se é brasileiro, então tem muitas faces!

Assim como o povo brasileiro é heterogêneo (ou talvez por esse motivo) a festa junina tem muitas variações Brasil afora. A festa do sudeste é bem diferente da comemorada no nordeste e a do sul também. Até mesmo as receitas seguem bastante o regionalismo, sem nunca abandonar o milho e o amendoim, que são os protagonistas da festa.

Então vamos mostrar as diferenças:

Norte

Por lá as festividades incluem ainda o boi-bumbá, já que o festival de Parintins acontece também no fim do mês de junho. Mas o que importa são seus ingredientes característicos:

  • Maniçoba: é a feijoada do norte, feita com folha de mandioca.
  • Tacacá: um caldo quente feito com o caldo de tacacá, jambu, goma de mandioca e camarão.
  • Bolo de macaxeira: esse mais comum pelo país, mas não pode faltar de jeito nenhum no norte.

Nordeste

É no nordeste que as festas juninas tomam dimensões gigantescas. Principalmente em Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) onde as festas tradicionais juntam mais de 2 milhões de pessoas. Por aqui também temos pratos típicos:

  • Munguzá: É como eles chamam a canjica. A receita é a mesma, um creme com leite de coco e milho cozido, e bastante canela.
  • Caruru: Na bahia, durante a festa junina, você não pode comer um acarajé sem caruru, que é um cozido de quiabo.
  • Baião de dois: O baião de dois já conquistou o Brasil inteiro, mesmo que ninguém coloque tanto coentro como os baianos.

Centro-oeste

Mesmo menos falado, o centro-oeste também contribui muito para a festa junina brasileira. O verdadeiro sertanejo vem de lá, além de algumas tradições de rimas entres os violeiros, o cururu. Também tem receitas próprias:

  • Empadão goiano: Uma das receitas que mais representa o centro-oeste é o empadão goiano, essa torta de massa podre que pode ser recheada de várias maneiras.
  • Sopa paraguaia: Essa região também é a que se conecta com o Paraguai e por isso acabou introduzindo uma receita do país vizinho.
  • Arroz doce: Essa roda o Brasil todo e todas as festas juninas tem sua presença. Um ótimo jeito de aproveitar o arroz em um doce quente e delicioso.

Festa Junina

Sudeste

O maior contato da festa junina com a igreja católica acontece no sudeste, onde boa parte das festas são organizadas por quermesses que promovem melhorias para as igrejas e para a comunidade.

  • Quentão:  No sudeste o quentão é feito com cachaça, já que a produção de cana-de-açúcar é enorme. Porém, esse nome é feito com outras bebidas em outras regiões, como no sul, com vinho.
  • Cuscuz paulista: Outra receita que no sudeste é de um jeito e nos outros estados é diferente é o cuscuz. Enquanto em São Paulo e região essa receita é quase como um pudim, no resto parece mais uma farofa.
  • Caldinho de feijão: Esse preparo simplíssimo aparece muito na festa junina, mas está sempre presente.

Sul

O sul é onde estão as maiores raízes portuguesas da festa junina. Tanto o figurino quanto as musicas são mais próximas de como se fazia na Europa. E as receitas seguem a mesma ideia:

  • Pinhão Fruto das araucárias muito comuns no sul, esse ingrediente também toma conta das festas juninas Brasil afora é importantíssimo para a versão sulista. Principalmente por entrar em várias receitas.
  • Arroz carreteiro: Uma receita tradicionalíssima de arroz feito com charque, não pode faltar!
  • Churrasco: Se não tem churrasco, você não está no sul. Muitas vezes feito com parrilhas, tradicionais no Uruguai e na Argentina.

Além de toda essa variedade de pratos deliciosos, a festa junina também oferece uma variedade imensa de danças, músicas e tradições específicas de acordo com a região. Agora que você já pode fazer as receitas do Brasil todo, sua festa junina não tem mais motivos para ser sem graça! Até poder visitar e aproveitar todas as festas do Brasil, você já pode ir se acostumando com os pratos!

Divirta-se!

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