O assunto de hoje tem gerado certa polêmica aí nas redes sociais, pois o cuscuz nordestino e o cuscuz paulista estão no meio dessa discussão de qual é o verdadeiro.
Na nossa opinião, o regionalismo é sempre bem vindo na cozinha, pois sempre traz adaptações que só enriquecem as receitas.
Portanto, hoje vamos falar de qual é o verdadeiro, e mais do que isso, de ensinar a fazer um legítimo cuscuz salgado, quem sabe assim você não crie a sua versão.
Boa leitura
Qual o verdadeiro cuscuz
Apesar da disputa nacional entre cuscuz nordestino e o paulista, a origem dessa iguaria vem de muito antes do descobrimento do Brasil. Claro que ao desembarcar aqui, ganhou os nossos traços regionais e se tornou algo bem brasileiro, mas é importante entender esse processo desde seu surgimento até as adaptações que temos hoje.
Essa disputa da diferença do cuscuz nordestino e o paulista já é antiga, mas na verdade tem mais a ver com o modo de se consumir do que com o preparo em si, muito semelhante ao açaí, que no Pará é consumido nas refeições com pirão e peixe frito e pelo sudeste é mais uma sobremesa, com complementos doces.
O ponto é que o cuscuz é uma farinha muito saborosa e combina bem com vários outros ingredientes, sendo um boa opção para o café da manhã, substituindo o pão ao acompanhar um ovo frito, por exemplo.
Também é possível agregar outros ingredientes ao cuscuz para que seja parte de uma refeição completa, e essa é a ideia com a receita de hoje, confira:
Ingredientes
- 1/2 kg de cação
- 4 colheres (sopa) de azeite
- 1 unidade de cebola
- 2 dentes de alho
- 8 unidades de tomate
- 1 unidade de pimentão amarelo
- 1 lata de palmito
- 400 gr de farinha de milho amarela
- 4 unidades de ovo cozido
- 1 unidade de pimentão verde em tiras
- Pimenta dedo-de-moça a gosto
- 1 colher (café) de sal
- Coentro a gosto
- 1 tablete de caldo de peixe
Como fazer o cuscuz
- Leve a panela ao fogo e, quando estiver aquecida, coloque 4 colheres (sopa) de azeite.
- Junte a cebola e o alho picado e refogue, até que a cebola esteja transparente.
- Junte o tomate (reserve 1 para decoração) e deixe se desmanchar até virar um molho. Se necessário, amasse com um garfo para ajudar no processo.
- Tempere com o caldo concentrado, a pimenta e o sal (prove antes, pois os concentrados costumam ter sal).
- Quando já tiver fervido por uns 5 minutos, junte os pimentões, o peixe em cubos e o palmito.
- Deixe cozinhar por 7-10 minutos, depois que voltar a abrir a fervura.
- Junte o coentro, mexa e despeje a farinha sobre o molho. Mexa.
- Quando mexer, verá que tomará o aspecto de um farofa, meio seco, nada parecido com o cuscuz.
- Coloque água aos poucos para dar o ponto que é de uma massa homogênea e pesada.
- Mexa a massa por alguns minutos, até que a farinha tenha gosto de cozida. Reserve.
- Pegue uma forma, unte com azeite e disponha rodelas de ovo cozido e rodelas de tomate.
- Coloque a massa na fôrma, distribuindo bem. Comprima a massa, conforme a estiver colocando, por camadas.
- Leve para gelar por pelo menos 2 horas e desenforme antes de servir.
Além de tudo, essa versão de cuscuz é prática pois é servido gelado, então pode ficar na geladeira para ir consumindo aos poucos a cada refeição.
Como reforçamos, essa é apenas uma das várias versões do cuscuz, e essa ideia de qual é o verdadeiro não é necessária, pois a cozinha está aí para gente experimentar novas combinações e descobrir novos sabores.
Então, aproveite que separamos mais 4 variações de cuscuz, do nordestino ao paulista, para agradar todo mundo e acabar com as discussões:
Mais da tradição nordestina além de cuscuz
A origem do cuscuz pode até não ser nordestina, mas o consumo por lá é muito maior que em qualquer outra parte do Brasil, quiçá do mundo, pois está presente do café da manhã ao jantar das famílias típicas de lá.
É importante valorizar esse regionalismo tão nosso, com receitas que também são de grande identificação com a região e que ao mesmo tempo já conquistaram o país todo.
Então, além do cuscuz, trouxemos mais 3 receitas para você preparar uma refeição com muito sabor de nordeste.
Baião de Dois com Carne de Sol
Quase impossível falar de culinária nordestina e não trazer o baião de dois para conversar.
Essa versão fica ainda mais saborosa com a carne de sol. Muita atenção nesse preparo para dessalgar a carne de sol de forma adequada.
Experimente essa maravilha em forma de baião de dois.
Consulte a receita de Baião de Dois com Carne de Sol
Manteiga de Garrafa
Outra coisa muito forte na culinária nordestina é a manteiga de garrafa, até um simples arroz branco ganha um nível a mais de sabor se feito nesse ingrediente.
O truque perfeito é na hora de peneirar para evitar que o fundinho da panela caia na garrafa, assim vai encorpar e ficar na consistência mais cremosa no melhor estilo nordestino.
Consulte a receita de Baião de Dois com Carne de Sol
Bolo de Rolo Pernambucano
Para terminar uma bela sobremesa que exala nordeste em todas as suas camadas.
Este incrível bolo de rolo com bastante recheio de goiabada para comer depois de uma bela refeição de baião de dois cozido na manteiga de garrafa, exalando toda nordestinidade que esses pratos têm.
Consulte a receita de Bolo de Rolo Pernambucano
Dica especial CyberCook
Enfim, você aprendendo a fazer esse cuscuz salgado pode incrementar e criar a sua receita, pois essa é a maravilha da cozinha, quando você conhece a base, fica fácil inovar e colocar a criatividade para funcionar.
Bom apetite.