O cuscuz paulista fica no meio entre amor e ódio por conta de sua origem, mas a verdade é que tanto o paulista quanto o nordestino são apenas variações que podem coexistir muito bem.
O debate sobre qual é o cuscuz legítimo é válido apenas para uma disputa saudável de regionalismo, pois para a culinária cada receita tem sua ocasião onde melhor se encaixa, essa ideia de melhor e pior é subjetiva demais.
Portanto, hoje vamos entender melhor as influências do cuscuz paulista e também uma receita maravilhosa para o preparo desta delícia.
Boa leitura.
Mistura de influências europeias e indígenas
A principal inspiração para o cuscuz paulista é o cuscuz de berbere, prato muito consumido no noroeste da África, principalmente no Marrocos e na Argélia, onde a receita é um prato nacional.
Contudo, a ideia geral da receita chegou ao Brasil através dos europeus, mais precisamente dos portugueses, e como sempre o preparo precisou ser adaptado para os ingredientes que tínhamos aqui.
E é nesse ponto da história que entram as influências indígenas do prato, pois os nativos brasileiros usavam bastante farinha de milho nos seus preparos típicos.
Foi dessa mistura improvável de culturas que os cuscuz paulista foi sendo aprimorado e ganhou as características icônicas que temos até hoje.
Receita de cuscuz paulista
Não existe um jeito único de fazer cuscuz paulista, para essa receita em si optamos por trazer uma proposta de equilíbrio entre os ingredientes para deixar o prato bem saboroso mas não muito forte.
Acompanhe o passo a passo:
Ingredientes
- Farinha de milho amarela 2 1/2 xícaras (chá)
- Milho em conserva 1 lata
- Sardinha 2 latas
- Caldo de Legumes 1 tablete
- Azeitona verde 50 gramas
- Molho de tomate 1 lata
- Óleo de milho 1/2 copo
- Molho de pimenta vermelha 1 colher (sopa)
- Salsa desidratada 1 colher (sopa)
Como fazer cuscuz paulista
- Retire o óleo e as espinhas da sardinha.
- Leve a água misturada com o caldo de cubinho, o molho, o óleo e os pimentões ao microondas por 3 a 4 minutos em potência alta.
- Acrescente os demais ingredientes, e leve ao microondas por 6 a 8 minutos, mexendo a cada 2 minutos.
- Coloque a pasta obtida em fôrma de anel untada e decorada.
- Pressione levemente e desenforme imediatamente.
Esta é uma das bases do cuscuz paulista, mas você ainda pode ter variações do seu jeito, e para te inspirar, deixaremos 4 receitas abaixo:
- Cuscuz Paulista de Frango
- Cuscuz Paulista de Camarão
- Cuscuz Paulista de Sardinha
- Cuscuz Paulista com Seleta de Legumes
Utilizando o cuscuzeiro apropriadamente
Um cuscuz tradicional precisa de uma cuscuzeira para que seu preparo seja o mais fiel possível às origens.
Na versão de cuscuz paulista o cozimento é diferente e pode ser usado a forma de pudim sem problemas, mas para o preparo que remonta às origens africanas, o utensílio é indispensável.
Isso porque o cuscuz de berbere, que foi a maior influência da receita, é feito com o triguilho, e este deve ser cozido no vapor e não direto na água, por isso usam essa panelinha em formato de cuia com furinhos embaixo para deixar o vapor fluir e cozer o seu conteúdo.
O cuscuzeiro ou cuscuzeira, como também é chamado, pode ser fabricado de barro como eram os tradicionais das tribos africanas, ou de alumínio, o importante é manter um formato côncavo de cuia para favorecer o cozimento do triguilho ou da farinha de milho.
Também é possível adaptar uma panelinha velha para servir de cuscuzeira, basta fazer furos embaixo com a furadeira. Não é exatamente a mesma coisa que o utensílio apropriado, mas pode quebrar um galho na cozinha.
Portanto, você viu a opção prática para fazer um delicioso cuscuz paulista, mas também pegou as dicas para usar o utensílio que possibilita o preparo do prato como na sua origem tradicional.
Agora é contigo, prepare as versões de cuscuz em casa e decida qual mais lhe agrada, pois aqui no CyberCook temos receitas para todos os gostos.